O Ministério da Agricultura e Pecuária apreende azeite de oliva fraudado em rede de supermercados
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apreendeu cerca de 9 mil garrafas de azeite de oliva fraudado numa rede de supermercados, durante uma operação de fiscalização realizada no mês de novembro, nos municípios de Paranaguá e Guaratuba, no litoral paranaense. O produto foi identificado como azeite de oliva extravirgem de origem espanhola.
Na semana passada, o Mapa já havia apreendido 6.031 garrafas de azeite de oliva falsificado e 28 toneladas de feijão com elevado teor de impurezas e pedras durante uma ação de fiscalização em fábricas e comércios localizados em São Paulo.
Fraude no azeite de oliva
Durante a fiscalização, foram verificados dois tipos de cápsulas de fechamento das garrafas do produto apreendido e as caixas onde estavam acondicionadas apresentavam inscrições em português, sem qualquer identificação do produto espanhol. Também foram encontradas caixas que aparentemente eram utilizadas pelos fornecedores das garrafas vazias, utilizadas para embalar o azeite fraudado.
Essas suspeitas chamaram a atenção da equipe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (SIPOV) da Superintendência de Agricultura e Pecuária do Paraná (SFA-PR), que apreendeu cautelarmente toda a mercadoria e coletou amostras para enviar ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás (LFDA-GO) para análises laboratoriais físico-químicas de confirmação da identidade e qualidade do produto.
Análises laboratoriais
As amostras também foram enviadas para o Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear (LabRMN) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde foram minuciosamente analisadas utilizando-se a técnica de espectroscopia de ressonância magnética nuclear, que possui a capacidade singular de identificar a composição de óleos vegetais, incluindo o azeite.
Os testes foram conduzidos diretamente nas amostras do produto coletado, demandando apenas alguns segundos para a conclusão da análise, comprovando que o produto não era azeite de oliva e que o óleo utilizado na fraude era óleo de soja. O laudo também apontou que as duas amostras com cápsulas de fechamento de garrafas diferentes possuem perfil espectral idêntico, indicando que ambas apresentavam a mesma origem.
O LabRMN tem desempenhado um papel fundamental, desde 2008, em investigações forenses, estabelecendo parcerias sólidas com a Polícia Federal e a Polícia Científica do Paraná para a condução de análises forenses. Agora, o laboratório está iniciando uma parceria estratégica com o Mapa, visando a utilização da técnica de RMN no combate a alimentos falsificados.
Proteção do consumidor e segurança alimentar
Essa iniciativa tem o propósito de contribuir ativamente para a proteção do consumidor, prevenindo possíveis prejuízos financeiros, bem como a segurança alimentar ao garantir a autenticidade dos alimentos e derivados.
De acordo com o coordenador do LabRMN da UFPR, Andersson Barison, graças à eficiência e potencial da técnica, torna-se possível analisar uma considerável quantidade de amostras, desempenhando um papel crucial no combate à disseminação de produtos falsificados.
Para o chefe de Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (SIPOV/PR), Fernando Augusto Mendes, essa ação gera um resultado positivo para a sociedade, pois retira do comércio um produto fraudado, elaborado em condições higiênico-sanitárias desconhecidas, sem rastreabilidade, que representa um grave risco à saúde dos consumidores.
Além disso, essa ação também traz um efeito positivo para o mercado ao inibir práticas desleais no comércio de alimentos. No caso do azeite de oliva, devido aos altos valores envolvidos, essa é uma questão crítica para o setor.
Conclusão
A apreensão de azeite de oliva fraudado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária evidencia a importância das ações de fiscalização e das parcerias estratégicas com laboratórios especializados. A técnica de espectroscopia de ressonância magnética nuclear mostrou-se essencial na identificação e comprovação da fraude, contribuindo para a proteção dos consumidores e a garantia da qualidade e autenticidade dos alimentos.
Essas ações são fundamentais para assegurar a confiança do público e inibir práticas fraudulentas no mercado de alimentos, protegendo a saúde e os interesses dos consumidores.
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