Os juros futuros fecham em baixa moderada influenciados pela agenda econômica e queda nos preços do petróleo
Os juros futuros encerraram a quarta-feira em baixa moderada, impulsionados por uma série de notícias na área fiscal e pelo recuo nas cotações do petróleo, que endossam a perspectiva de queda nos preços da gasolina. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também contribuiu para o ajuste de baixa com declarações consideradas "dovish". A evolução das propostas no Congresso também favoreceu a queda das taxas.
No início do dia, as taxas chegaram a cair quase 20 pontos-base devido à aprovação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado do projeto de lei de taxação dos fundos offshore e fundos exclusivos, além da proposta de taxação das apostas esportivas. Essas medidas fazem parte do pacote de aumento da arrecadação do governo para zerar o déficit primário em 2024.
A queda nos preços do petróleo também foi um fator determinante para a redução das taxas de juros. O mercado interpretou essa queda como um sinal positivo para o corte de combustíveis. No entanto, à tarde, a percepção de risco fiscal piorou um pouco após a divulgação da revisão da estimativa de déficit primário de 2023, que aumentou de R$ 141,4 bilhões para R$ 177,4 bilhões. Assim, a nova projeção do governo está mais próxima do valor ajustado divulgado no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 5º bimestre, que é de até R$ 213,6 bilhões.
O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, considerou esse movimento preocupante, pois torna ainda mais desafiadora a missão de reequilibrar as contas do país em um prazo razoável. A confiança na sustentabilidade fiscal é fundamental para determinar a curva de juros.
Declarações do presidente do Banco Central refletem a continuidade do ciclo de cortes de juros
A entrevista de Roberto Campos Neto à TV Bloomberg trouxe impacto imediato sobre as taxas de juros. O presidente do BC deixou claro que o ciclo de cortes de juros deve continuar, mesmo com as expectativas de inflação a prazos mais longos ainda acima das metas. Ele demonstrou confiança em "estabilizar a inflação". Segundo ele, as expectativas de inflação, mesmo que um pouco acima da meta, estão bem comportadas.
Para Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Wealth Management, a afirmação de Campos Neto indica que o Banco Central está cortando juros porque a inflação está caindo, mas poderia cortar mais se as expectativas estivessem ancoradas. Isso implica que o BC precisa manter uma postura contracionista, embora o nível de aperto monetário possa ser ajustado. Essa mensagem deve ser entendida como um esforço para controlar a inflação e garantir um ambiente econômico saudável.
Conclusão
A queda moderada das taxas de juros futuros na quarta-feira foi influenciada por uma série de fatores, como o avanço das pautas econômicas no Congresso e o recuo nas cotações do petróleo. As declarações do presidente do Banco Central também sinalizaram a continuidade do ciclo de cortes de juros, mesmo com as expectativas de inflação ainda acima da meta. Além disso, a revisão da projeção de déficit primário para 2023 trouxe preocupações quanto à sustentabilidade fiscal do país.
Apesar disso, o mercado reagiu positivamente à aprovação de algumas medidas fiscais, como a taxação dos fundos offshore e fundos exclusivos, e das apostas esportivas. Essas medidas fazem parte do plano do governo para aumentar a arrecadação e equilibrar as contas públicas.
É importante destacar que a queda nos preços do petróleo também foi um fator relevante para a redução das taxas de juros. Essa queda representa uma perspectiva de queda nos preços da gasolina, o que pode aliviar a pressão sobre os consumidores e impulsionar a economia.
Diante desse cenário, é fundamental acompanhar de perto os desdobramentos da agenda econômica no Congresso e a evolução dos preços do petróleo. Esses fatores continuarão influenciando as taxas de juros futuros e impactando o mercado financeiro como um todo.
Redes sociais