A Federação Internacional de Futebol vai abrir uma investigação sobre os atos violentos na partida entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa
A partida entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa se tornou motivo de lamentação não apenas pelo desempenho das seleções, mas também pelos atos violentos que ocorreram durante o jogo. 104 cadeiras quebradas, 17 torcedores detidos e uma torcedora argentina presa por injúria racial são apenas alguns exemplos da triste realidade vivenciada no confronto entre as duas equipes.
A violência no Maracanã
Os argentinos estavam concentrados no setor sul da arquibancada do Maracanã, porém, sem um cordão de isolamento. Foi durante a execução dos hinos que a briga entre torcedores brasileiros e argentinos começou. A segurança particular do evento não foi capaz de conter o tumulto, sendo necessário o reforço do batalhão especial de policiamento de estádios da PM do Rio de Janeiro.
Cenas assustadoras foram presenciadas por todos. Crianças, desde um menino argentino no colo de sua mãe até um garoto brasileiro que não conseguia parar de chorar nos braços de seu pai, foram expostas a uma atmosfera de violência e medo.
Os jogadores da seleção brasileira, liderados pelo capitão Marquinhos, e os jogadores da Argentina tentaram conter os ânimos tanto dos torcedores como dos policiais. Porém, diante da gravidade da situação, os jogadores argentinos decidiram sair de campo e se dirigir ao vestiário.
Os relatos de Lionel Messi
O astro do futebol Lionel Messi, em entrevista após o jogo, disse que os jogadores puderam presenciar as agressões dos policiais em cima das pessoas e que uma tragédia poderia ter ocorrido. Ao se retirarem para o vestiário, eles ligaram para seus familiares que estavam no meio da confusão, preocupados com a sua segurança e bem-estar.
O resultado dentro de campo
Com quase 30 minutos de atraso, a partida finalmente iniciou. No entanto, o futebol em si ficou em segundo plano diante de tantos incidentes. O jogo acabou com a vitória da Argentina por 1 a 0, marcado por um gol de cabeça de Otamendi aos 18 minutos do segundo tempo.
Essa foi a primeira derrota da seleção brasileira dentro de casa na história das Eliminatórias da Copa. Além disso, foi a terceira derrota consecutiva da equipe, que agora se encontra na sexta posição nas eliminatórias, limite para se conseguir uma vaga direta para a Copa de 2026. Enquanto isso, a seleção argentina, atual campeã do mundo, segue na liderança e comemorou a vitória junto à torcida, justamente no setor onde ocorreu a confusão.
A responsabilidade das autoridades
Após o jogo, tanto a Confederação Brasileira de Futebol quanto a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro se manifestaram a respeito do caos que ocorreu no Maracanã. Houve uma troca de acusações e ambos apontaram erros no planejamento do evento, porém, ninguém assumiu a responsabilidade pelos incidentes.
O coronel do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (BEPE), Vágner Ferreira, afirmou que a Polícia Militar não estava ciente de que as torcidas estariam misturadas na arquibancada. No entanto, em nota divulgada posteriormente, a Secretaria de Estado de Polícia Militar afirmou que todas as medidas de segurança foram tomadas e que não foram informados sobre a venda de ingressos adicionais.
A CBF, por sua vez, afirmou que toda a organização e estrutura do evento estavam de acordo com as diretrizes fornecidas pela FIFA. Contudo, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro solicitou a investigação de supostos excessos por parte dos agentes de segurança e informou que os torcedores argentinos detidos durante a confusão já foram liberados.
No entanto, o Tribunal de Justiça decretou a prisão preventiva de Maria Belen Mautecci, uma torcedora argentina, por injúria racial. De acordo com uma testemunha, a acusada teria proferido ofensas raciais contra uma funcionária do estádio, chamando-a de "pedaço de macaca". A torcedora segue detida.
A intervenção da FIFA
As Eliminatórias da Copa são uma competição organizada pela FIFA, que atribui a responsabilidade pela organização do jogo à confederação mandante, no caso, a CBF. Diante dos acontecimentos lamentáveis, a FIFA anunciou que abrirá uma investigação para apurar os fatos. O presidente Gianni Infantino destacou a importância de garantir a segurança e o respeito durante as partidas de futebol.
Conclusão
A partida entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias da Copa ficará marcada não apenas pelas debilidades futebolísticas de ambas as seleções, mas também pelos atos de violência que ocorreram dentro e fora do campo. É necessário que as autoridades responsáveis assumam a responsabilidade pelos incidentes ocorridos e sejam tomadas medidas para garantir que episódios lamentáveis como esses não se repitam.
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