O processo de desinflação global e a visão do presidente do Banco Central
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou que não vê um vetor óbvio para a continuidade do processo de desinflação global à frente. No entanto, ele ressaltou que a expectativa é que esse processo continue, mesmo que de forma lenta. Campos Neto também mencionou a falta de coordenação entre política monetária e fiscal após o fim da crise sanitária, o que tem dificultado a saída de muitos países dos programas fiscais implementados durante a pandemia.
O impacto do juro mais alto na atividade econômica
Campos Neto citou que as teses aventadas sobre o processo de desinflação não se confirmaram, especialmente a expectativa de que o aumento da taxa de juros levaria à diminuição da atividade econômica e ao aumento do desemprego. Segundo o presidente do Banco Central, essa preocupação está relacionada também à trajetória fiscal nas grandes economias, como nos Estados Unidos.
Aumento da dívida pública americana e o custo de rolagem
O aumento da dívida pública americana tem gerado preocupação nos mercados financeiros, uma vez que o seu crescimento contínuo aumenta o custo de rolagem dessa dívida. De acordo com Campos Neto, esse processo deve resultar na diminuição da liquidez não apenas para as empresas, mas também para os países emergentes.
O presidente do Banco Central ressaltou a importância de cada país fazer o seu "dever de casa" para enfrentar o estrangulamento de liquidez que já está encomendado. Mesmo que os Estados Unidos desacelerem e a taxa de juros caia, isso não será o suficiente para reverter a situação. É necessário fortalecer as políticas internas e buscar soluções para a redução dos gastos públicos, visando a estabilidade econômica.
A falta de coordenação entre política monetária e fiscal
Campos Neto também mencionou a falta de coordenação entre política monetária e fiscal que tem sido observada após o fim da crise sanitária. Durante a pandemia, muitos países implementaram programas fiscais para lidar com os impactos econômicos da situação. No entanto, após o término da crise, a retirada desses programas tem se mostrado um desafio.
De acordo com o presidente do Banco Central, é mais fácil implementar medidas fiscais do que retirá-las posteriormente. Essa falta de coordenação tem gerado dificuldades em diversos países, o que pode ter impactos na trajetória fiscal e na estabilidade econômica global.
Conclusão
O processo de desinflação global é um desafio complexo e que requer ações coordenadas entre os países. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou a falta de um vetor óbvio para a continuidade desse processo, mas ressaltou a expectativa de que ele continue, mesmo que de forma lenta.
Além disso, Campos Neto alertou para a necessidade de atenção à trajetória fiscal nas grandes economias, como nos Estados Unidos. O aumento da dívida pública americana e o custo de rolagem dessa dívida podem impactar a liquidez não apenas das empresas, mas também dos países emergentes.
Para lidar com esses desafios, é fundamental que cada país faça o seu "dever de casa", fortalecendo as políticas internas e buscando soluções para a redução dos gastos públicos. Além disso, a coordenação entre política monetária e fiscal se mostra essencial para garantir a estabilidade econômica e o processo de desinflação global.
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